“Depois da virtude”, mas antes do niilismo?

Leonardo Mees

Resumo


Alasdair MacIntyre afirma, em sua obra “Depois da virtude”, que o discurso e as práticas da moral moderna só podem ser compreendidos como uma série de fragmentos remanescentes de um passado mais antigo e erige Aristóteles como principal núcleo intelectual da tradição de conceituação da virtude moral. O repúdio moderno, na transição dos sécs. XV e XVII, à tradição moral aristotélica, fomentou essa fragmentação, enquanto justificativas racionais e seculares da moralidade. Nietzsche surge, nesse cenário moral moderno, segundo MacIntyre, com a tese que todas as justificativas racionais da moralidade fracassam notoriamente e que, portanto, a crença nos dogmas da moralidade precisa ser explicada com base em um conjunto de racionalizações que ocultam um fenômeno fundamentalmente não-racional: a vontade. Não pretendemos nos contrapor argumentativamente à inadequada leitura que MacIntyre faz do “super-homem” nem à sua compreensão da filosofia de Nietzsche como “emotivismo”, mas apenas destacar que seria impossível a M  Intyre entender a “vontade de poder”, sem levar em consideração a questão histórica do Niilismo. Por essa via, apontamos brevemente para as condições históricas de meditação [Besinnung] do próprio sentido do Niilismo. Como meditar o sentido [besinnen] de todo acontecer histórico, quando os mais altos valores perderam “sentido”? 

Palavras-chave: Ética. Virtude. História. Niilismo. Meditação.


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