DEUS NA FILOSOFIA DIALÓGICA DE MARTIN BUBER

Cloves Bitencourt Neto, Tiago Cunha Rizzo

Resumo


O intento deste artigo foi o de estudar como o sagrado se manifesta ao homem, como o Tu Eterno se relaciona com o homem, tomando como base três obras de Martin Buber: “Eu e Tu”, “Do diálogo” e do “Dialógico e Eclipse de Deus”. Buber afirma que há duas formas, possibilidades de existência no mundo, de relacionar-se – a Eu-Tu, quando o Eu reconhece o Tu como um outro, um parceiro, um interlocutor – e a Eu-Isso, quando o Eu relaciona-se consigo mesmo, não reconhece o Tu como um outro, mas apenas um isso, a ser instrumentalizado, objetivado. Para Buber, a única exigência para encontrar Deus é aceitar a sua presença e esse encontro imprime no homem duas sensações: a de se sentir plenificado, por ter sido acolhido e por essa relação ser recíproca, e a atribuição de sentido a vida. Deus não se revela mais como nas escrituras “Eu sou aquele que é”. O anúncio da morte de Deus (Nietzsche) e a superação da metafísica (Heidegger) tornaram o homem incapaz de ouvir o que Deus tem a dizer, não que Deus inexista, mas somos incapazes de ouvi-lo, pois o sagrado apresenta-se de outro modo. Vivemos o eclipse de Deus, suas manifestações não são fantásticas, extraordinárias, mas simples, dão-se nas situações concretas da vida, no cotidiano. Deus se dirige a pessoa através de apelos, por ações políticas mais eficientes, que promovam a justiça e o bem comum.


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