A SUPERAÇÃO DA DOENÇA METAFÍSICA SEGUNDO KANT, NIETZSCHE E HEIDEGGER

Leonardo Mees

Resumo


A metafísica se afigura como uma doença para alguns poetas e pensadores modernos e contemporâneos. A sintomatologia é variada, mas o diagnóstico da doença costuma coincidir: esquecimento da condição finita do humano demasiado humano. Para Kant, a tarefa fundamental da filosofia consiste em evitar os sintomas de obscurecimento e contradição do homem metafísico. Seu remédio consiste então na crítica da própria razão, delimitando o que pode se manifestar no espírito humano. Nietzsche diagnostica o desprezo metafísico pela terra/corpo e aponta como receita de cura a apologia do humano demasiado humano: a tarefa de recobrar aquilo que é próprio do homem em sua história, fazer uma genealogia das perspectivas valorativas da vontade de poder no interior do devir. Heidegger diagnostica o esquecimento do ser como base da doença e, para encontrar a cura da metafísica, não parte mais da compreensão fática e sedimentada no mundo do ser-aí (Dasein), mas do próprio acontecimento histórico do sentido do aí (da), conferido pelo próprio ser (Sein). O ser-aí não é mais entendido como o ponto de rearticulação histórico dos projetos de sentido de mundo, mas é o próprio ser, enquanto acontecimento-apropriativo (Ereignis), que se desvela e se oculta para o ser-aí.

Palavras-chave: Metafísica. Superação. Kant. Nietzsche. Heidegger

 


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.