O ESTATUTO DE UM ENFOQUE ANTROPOLÓGICO NAS INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS

Thiago Vasconcelos

Resumo


Wittgenstein, a partir de suas considerações acerca da linguagem, pouco a pouco representa a tarefa de substituição do primado da consciência (aquela primazia do cogito defendida por Descartes) por aquele da linguagem contextualizada. Ao abordar os problemas que pertencem aos conceitos de experiência subjetiva ou interna, Wittgenstein nos alerta sobre a superação de uma preocupação objetiva com a introspecção, com o acesso privilegiado, com a privacidade epistêmica e a propriedade privada da experiência. O significado do que dizemos é compreendido desde a perspectiva da vida do homem – a noção acerca da forma de vida é aqui decisiva. A pergunta “Como se pode falar sobre o mundo e, por extensão, sobre o homem?” é agora respondida a partir da inserção desse mesmo homem no mundo, na atividade intersubjetiva e plural que é a linguagem. É, portanto, a partir das considerações presentes nas Investigações Filosóficas, em que Wittgenstein se volta para o ordinário e, desse modo, para a tarefa de reconduzir nossos conceitos de seu uso metafísico ao seu uso cotidiano, que compreendemos aquilo que podemos chamar de enfoque antropológico de Wittgenstein.

 

Palavras-chave: Wittgenstein. Investigações Filosóficas. Linguagem. Enfoque Antropológico.


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