REFLEXÕES SOBRE TEXTOS DE BYUNG-CHUL HAN

Luiz Menna-Barreto

Resumo


Neste texto exponho minhas leituras de dois textos do autor sul-coreano radicado na Alemanha onde atua na área de Estudos Culturais da Universidade de Berlim. Abordo inicialmente o que entendo como núcleo central do pensamento do autor no livro “A Sociedade do Cansaço”, ao identificar nos indivíduos o processo de incorporação dos sentimentos de culpa por não atingirem as expectativas impostas pelo capitalismo globalizado vigente. Desse processo resulta a sensação de cansaço e a consequente escalada de transtornos mentais dos quais a depressão é a mais presente. Na sequência comento o livro do mesmo autor, “The Scent of Time” (edição em português, “O Aroma do Tempo” pela Ed. Relógio D’água, 2016). Na introdução, o autor nos convida a refletir sobre a olfação e sua temporalidade difusa. A seguir aborda o processo que identifica como fragmentação do tempo, em oposição a leituras nas quais o processo essencial seria o da aceleração. Dessa fragmentação emergem dessincronizações, que aparecem como desaparecimento da tensão dialética que confere sentido ao tempo. O tédio e a depressão emergem da relação superficial e do consumo frenético que acabam impedindo reflexões mais profundas e geram a noção de que tudo é possível. Por fim, Byung dialoga com Proust e seu “tempo perdido” notadamente a perda da sensação de duração, sempre carregada de significados. Byung conclui questionando a suposta “validade duradoura” contida no “Ser e o Tempo” de Heidegger.

Palavras-chave: Byung-Chul Han. Sociedade do Cansaço. Aroma do Tempo. Fragmentação do Tempo. Dessincronização.


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