WORPSWEDE: CAPÍTULO 2

Rainer Maria Rilke

Resumo


Nós caminhávamos juntos pela charneca, à noite, no vento. E caminhando no Worpswede é sempre assim: por um momento se vai à frente, em conversas que o vento logo destroça – então alguém fica ali fincado, e noutro momento o outro. Assim, acontece muita coisa. Sob o grande céu, planos jazem os campos coloridos de escuro, ondas de colinas distantes cheias de flores do brejo agitadas, fazendo fronteira com elas, campos de palhada de trigo, que com seu vermelho dos caules e o amarelo de suas folhas se parecem com um tecido de ceda preciosa. E tudo isso está ali de tal modo próximo, forte e tão real que não é possível passar despercebido ou esquecê-lo. A cada momento algo se ergue no ar barrento, uma árvore, uma casa, um moinho que se move muito lentamente, um homem com ombros negros, uma grande vaca ou uma cabra de pelo duro, dentuça, que caminha ao céu. Ali só acontecem conversas onde também a paisagem participe, de todos os lados e com uma centena de vozes.


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