ÉTICA E ECONOMIA A PARTIR DE JONAS E LEVINAS

Resumo

O autor apresenta dois textos, sendo um de Jonas e outro de Levinas, em que ambos os filósofos procuram uma maneira de pensar uma ética para a economia, mostrando que ela tem também uma dimensão axiológica e que ela não é limitada aos meios, mas também determinada pelos fins. O progresso tecnológico nos obriga a tomar decisões sobre fins, e os filósofos precisam tomar em consideração os fins da economia e da política econômica. Tal fato nos coloca diante das demandas da alteridade. Apesar de tomarem direções opostas em suas éticas, tendo-a Jonas fundado numa ontologia e Levinas na ética como filosofia primeira, em ambos é a alteridade que torna a economia ética, seja através da responsabilidade pelas gerações futuras, seja através da caridade que me vincula às necessidades do outro.
Eu sou responsável por todos os seres, presentes e futuros, já que as gerações futuras são afetadas por minhas escolhas presentes e tenho de responder diante delas pelo que fiz. Em Levinas, eu preciso reconhecer o que devo ao outro que partilha comigo o mundo, dando-lhe o pão de minha boca, interrompendo por esse gesto ético a violência da economia que me permite comprar o produto do trabalho do outro. O dinheiro pode se tornar ético e reverter essa violência quando eu doo o que é meu, assumindo responsabilidade pelo outro.