A CONCUPISCÊNCIA COMO MISÉRIA HUMANA: UM ESTUDO DO CONCEITO DE GRAÇA A PARTIR DA MÍSTICA PASCALIANA
Resumo
O presente artigo tem por objetivo explorar o paradoxo da condição humana, representado pelos conceitos de miséria e graça, a partir da filosofia mística pascaliana. Para isso foi lançado mão dos fragmentos relacionados a este problema nas obras filosófico-teológicas do gênio francês do século XVII, Blaise Pascal, em especial, sua coleção de escritos publicada postumamente sob o título Pensamentos (Pensées). De cientista a filósofo místico, Pascal optou por investigar e descrever a condição humana nos últimos anos de sua vida. Foi estabelecida a hipótese de que Pascal utiliza conceitos paradoxais acerca da condição humana que, em última análise, remetem o homem como criatura que transita, necessariamente, na dinâmica da miséria e grandeza constitutivas do seu próprio ser. O método utilizado para firmar esta hipótese foi o de pesquisa bibliográfica do próprio autor supracitado e de importantes comentadores de suas obras. Com isto, pretende-se inferir que Pascal se apoia em suas próprias tensões existenciais somadas ao arcabouço filosófico e teológico agostiniano – sob as lentes do jansenismo – para afirmar que o homem, degenerado ontologicamente por toda sorte de concupiscências, encontra somente na graça a saída efetiva desse estado de miséria.
Palavras-chave: Concupiscência. Graça. Grandeza. Miséria.
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